Por Leika Kihara e Minami Funakoshi
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão decidiu nesta terça-feira não expandir o estímulo, apesar de adiar mais uma vez a perspectiva para atingir sua meta de inflação de 2 por cento, sinalizando que vai manter sua postura a menos que um forte choque ameace afetar a frágil recuperação.
O banco central manteve sua visão de que a terceira maior economia do mundo expandirá moderadamente uma vez que as exportações e o consumo emergirem da crise.
Mas também alertou que existem riscos e que o ímpeto dos preços esta se enfraquecendo, uma avaliação sombria incomum que ressalta sua convicção cada vez menor de alcançar a meta de inflação.
"É verdade que está levando uma quantidade significativa de tempo para erradicar a mentalidade deflacionária que tem assolado a economia durante 15 anos de deflação", disse o presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, a repórteres.
Em uma revisão trimestral de suas previsões divulgada junto com a decisão de política monetária, o banco central adiou o prazo para atingir a meta de 2 por cento de inflação em um ano, para "em torno do ano fiscal de 2018" --admitindo que a meta não será atingida antes do mandado de Kuroda terminar em abril de 2018.
Em julho, o Banco do Japão havia dito que a inflação atingiria 2 por cento até março de 2018.
Kuroda afirmou que o banco central permanece pronto para adotar "todos os meios disponíveis" para atingir a meta de inflação, buscando manter vivas as expectativas do mercado de mais estímulo.
O banco central também cortou suas previsões de inflação para os anos fiscais de 2017 e 2018, culpando a fraca demanda no exterior e a fraca convicção pública de que os preços e a atividade econômica vão acelerar.
Em uma ação altamente esperada, o Banco do Japão manteve a taxa de juros em -0,1 por cento e a meta de rendimento do título do governo de 10 anos em torno de zero por cento.