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BC mantém o passo e eleva juros a 12,25% para tentar segurar inflação

Publicado 21.01.2015, 21:00
© Reuters. Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini

BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central elevou nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,25 por cento ao ano, em decisão unânime e amplamente esperada pelo mercado, e sinalizou nova alta no curto prazo, embora tenha deixado em aberto o ritmo que poderá imprimir.

Foi a terceira alta consecutiva da taxa de juros, que agora se encontra no patamar mais alto desde o fim de agosto de 2011.

Por meio de comunicado conciso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC apenas informou que a decisão foi tomada "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação".

O BC retirou do comunicado a palavra "parcimônia" que apareceu na decisão anterior, de dezembro, e que levou boa parte dos especialistas a acreditar que a autoridade monetária poderia desacelerar o ritmo de alta da Selic.

"É um momento de deixar as opções abertas... O comunicado curto era a melhor opção", afirmou o economista-chefe do banco J.Safra, Carlos Kawall, para quem a taxa básica de juros deve ser elevada em 0,25 ponto percentual em março, quando o Copom se reúne novamente, e em seguida interromper o atual ciclo de aperto.

Pesquisa Reuters mostrou que as expectativas dos analistas eram praticamente unânimes de alta de 0,5 ponto da Selic agora, diante do cenário de inflação elevada.

No fim de outubro, o Copom deu início ao atual ciclo de aperto monetário ao subir a Selic em 0,25 ponto percentual, em decisão surpreendente e que não contou com o apoio de todos os membros do comitê. No encontro de dezembro, acelerou o passo e puxou a taxa em 0,5 ponto percentual.

O BC tem prometido fazer "o que for necessário" para diminuir a alta dos preços, já que a inflação continua elevada e rondando o teto da meta oficial --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

As medidas tributárias recentemente anunciadas pela nova equipe econômica devem pressionar ainda mais os preços no curto prazo, com analistas prevendo agora que, em 2015, a inflação vai estourar o teto da meta.

Mas, mesmo assim, essas ações estão sendo bem recebidas porque buscam arrumar as contas públicas do país e resgatar a confiança dos agentes econômicos. A expectativa do mercado é que se o governo cumprir a meta de superávit fiscal de 1,2 por cento do PIB neste ano, como planeja o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a necessidade de alta de juros para controlar a inflação será menor.

Por isso, já há apostas de que, entre o final deste ano e o início do próximo, a Selic possa começar a ser reduzida.

"A ata (do Copom) deve... referir-se à evolução recente dos preços dos ativos. Isto é, a política fiscal deslocando-se para terreno contracionista, o preço petróleo em queda e a manutenção de alta liquidez internacional", afirmou em nota o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves. Ele acredita que a taxa será elevada a 12,50 por cento em março e começará a cair em novembro.

O BC tem reforçado que a recente alta do dólar e dos preços administrados --que neste início de ano estão muito pressionados, com energia elétrica e transportes-- são os principais fatores que continuam pressionando a inflação. Mas coloca muitas fichas na nova política fiscal e vê a inflação convergindo para o centro da meta no final de 2016.

© Reuters. Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini

"Ele (BC) não se mostrou sensível ao risco de atividade econômica enfraquecer muito no início do ano", afirmou o economista-chefe do Santander, Mauricio Molan, que vê mais uma alta de 0,5 ponto em março da Selic, "muito embora a gente ainda creia que essa visão vá mudar ao longo do tempo à medida que os dados de atividade se mostrem ruins."

Pesquisa Focus do BC com economistas de instituições financeiras mostrou que as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano é de alta de 6,67 por cento, recuando para 5,70 por cento em 2016. Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), as contas são de 0,38 e 1,80 por cento, respectivamente.

(Reportagem de Luciana Otoni e Silvio Cascione, em Brasília, Flavia Bohone e Asher Levine, em São Paulo)

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