Ao adiantar o movimento positivo do mercado de trabalho em julho com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, aproveitou para criticar a condução da política monetária pelo Banco Central. O presidente do BC, Roberto Campos Neto tem sugerido que um mercado de trabalho aquecido inspira preocupações devido à repercussão na inflação.
"Quero chamar atenção do Banco Central. Isso (mercado de trabalho aquecido) não pode ser pretexto para falar de aumento de juros. O Banco Central precisa aprender que combater a inflação não tem só um jeito, que é o jeito de restrição de crédito e aumento de juros. Controla-se a inflação também com oferta, com mais produção", disse Marinho.
Ele falou no seminário "Desenvolvimento e Mundo do Trabalho", que acontece nesta segunda-feira na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.
"É mais produção para controlar a inflação, mais distribuição, mais capacidade aquisitiva da classe trabalhadora do País. Porque há espaço para isso. Chamo atenção para o empresariado que olhe a sua linha de produção, a sua capacidade produtiva. Nós ainda não ocupamos a totalidade da capacidade produtiva instalada. Há espaço para crescimento", continuou Marinho.
Segundo o ministro, "quando e se" houver ocupação de 100% das plantas industriais do País, pode-se planejar novos investimentos a fim de ampliá-la com oferta de mais crédito.
"Não sou economista, mas a gente aprende na vida. Vimos durante (os governos) Lula 1 e 2 que controlamos a inflação aumentando a produção", afirmou Marinho.