Por Leandro Manzoni e Ana Julia Mezzadri
Investing.com - As revisões para baixo das estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto de 2020 continuaram nesta quinta-feira (26). Após várias instituições financeiras e o Ministério da Economia, o Banco Central (BC) cortou sua projeção para zero, ante crescimento de 2,2% calculado em dezembro. A nova previsão foi apresentada em seu Relatório Trimestral de Inflação divulgado hoje.
A autoridade monetária destacou que a estabilidade agora vista está associada a impactos econômicos "expressivos" decorrentes da pandemia do coronavírus. O BC também ponderou que, mesmo antes do surto do Covid-19 derrubar os mercados e afetar a perspectiva de crescimento global, os mais recentes dados econômicos brasileiros frustraram as expectativas.
Nesta semana, foram divulgados os números referentes a vendas do varejo, o nível de atividade do setor de serviços e o IBC-Br, índice que antecipa o PIB divulgado pelo IBGE, de janeiro.
O primeiro mês deste ano apresentou a pior performance em um ano nas vendas do varejo, que retraíram 1,0% na comparação com dezembro com ajuste sazonal, o segundo resultado mensal negativo seguido, conforme divulgado pelo IBGE na terça-feira.
Já o setor de serviços apresentou crescimento de 0,6% em janeiro - após novembro e dezembro com retração -, também segundo IBGE na quarta-feira. No entanto, a alta não vai se sustentar ao longo por causa da pandemia de coronavírus. O IBC-Br de janeiro, divulgado hoje pelo Banco Central, apresentou crescimento de 0,24% na economia brasileira em relação a dezembro.
Confira abaixo as revisões para a estimativa do PIB de 2020 por instituições financeiras e de órgão públicos que mexeram nas projeções nas últimas semanas, com espaço para mais cortes.
- Itaú: de 1,8% para -0.7%
- Moody's: de 2% para -1.6%
- BC: de 2,2% para 0%
- Ministério da Economia: de 2,1% para 0,02%
- BofA: de 1,5% para -0,5%
- JPMorgan: de 1,6% para -1%
- Goldman Sachs: de 1,5% para -0,9%
- Itaú Asset Management: de 2,3% para -0,3%
- Credit Suisse: de 1,4% para 0
- UBS: de 2,1% para 1,3% e depois 0,5%
- Santander: de 2% para 1%
- Citi: de 2% para 1,6%
*Com contribuição de Reuters