FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deveria aumentar as taxas de juros em julho para impedir que a inflação alta se consolide, disse o chefe do banco central alemão, Joachim Nagel, nesta terça-feira, juntando-se a uma já longa linha de autoridades monetárias que pedem mudanças rápidas.
Com a inflação subindo a um nível recorde de 7,5% no mês passado, as autoridades estão cada vez mais defendendo uma rápida redução do estímulo, e vários, incluindo a membro da diretoria Isabel Schnabel, defenderam um aumento dos juros já em julho.
Nagel, recém-chegado ao Conselho do BCE, disse que no primeiro passo o banco deveria encerrar as compras de títulos, conhecidas como afrouxamento quantitativo, no final de junho, e então começar a elevar a taxa de depósito de -0,5% em sua reunião seguinte.
"Se tanto os dados recebidos quanto nossa nova projeção confirmarem esta visão em junho, defenderei um primeiro passo para a normalização das taxas de juros do BCE em julho", disse Nagel.
Um aumento em julho seria uma reviravolta notável para o BCE.
Apenas alguns meses atrás o banco disse que tal movimento era "altamente improvável" e agora alguns, incluindo o chefe do banco central francês François Villeroy de Galhau, estão pedindo que as taxas voltem a subir a território positivo este ano, o que provavelmente exigiria três aumentos de 0,25 ponto percentual cada.
Nagel disse que uma ação rápida do BCE é necessária porque um atraso forçaria o banco a ser mais abrupto mais tarde.
"O risco de agir muito tarde está aumentando notavelmente", disse ele. "Quanto mais as pressões inflacionárias se espalham, maior a necessidade de um aumento muito forte e abrupto das taxas de juros."
(Reportagem de Balazs Koranyi e Francesco Canepa)