Por Julio Alves
Investing.com – O Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira reduzir sua principal taxa de juros em 0,25%, para 3% ao ano. A medida, segundo a instituição, deve-se a preocupações com o ritmo da recuperação econômica, sem alterar seu compromisso em trazer a inflação para a meta de 2% no médio prazo.
No mercado, a expectativa majoritária era que o BCE realizasse esse movimento, com possibilidade de novos cortes gradativos ao longo de 2025, caso as condições econômicas permaneçam desfavoráveis.
Embora haja consenso em relação à necessidade de estímulos adicionais, o BCE enfrenta debates internos, com alguns dirigentes defendendo cautela nos cortes, devido a riscos inflacionários, enquanto outros sugerem ações mais contundentes para evitar uma recessão.
A situação econômica atual da Europa é de desaceleração, com baixo crescimento nas principais economias. A demanda global enfraquecida, especialmente por exportações, e a instabilidade política em países como França e Alemanha agravam as incertezas.
Apesar de a inflação estar se aproximando da meta de 2%, após três anos acima desse patamar, as pressões inflacionárias em serviços e salários permanecem aderentes.
Recentemente, a presidente do BCE, Christine Lagarde, declarou que os riscos para o crescimento econômico da zona do euro permaneciam inclinados para baixo.
As projeções do Conselho Dirigente do banco apontam para uma trajetória estável da inflação geral, com uma média de 2,4% em 2024 e atingindo 2,1% em 2025. Apesar disso, setores como energia e alimentos continuam pressionando a inflação básica, que exclui itens mais voláteis, a qual deve convergir para a meta de 2% apenas em 2026.
O ritmo de crescimento da economia, segundo o comunicado, tende a ser inferior ao previsto anteriormente, com o PIB da zona do euro projetado em 0,7% em 2024 e 1,1% em 2025.
O documento destacou ainda que a recuperação dependerá de aumentos na renda real, que permitirão maior consumo das famílias, bem como da retomada gradual dos investimentos das empresas, enquanto os efeitos da política monetária restritiva começam a enfraquecer.