Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - O Banco Central brasileiro deve evitar uma postura hawkish, ou agressiva, em relação à taxa Selic na reunião de março se a taxa de câmbio ficar abaixo dos R$ 5,50, o que seria 10% acima da previsão da pesquisa Focus para o final do ano, de R$ 5, disseram os analistas do BNY Mellon em relatório.
No documento desta terça-feira (2), o banco americano aponta que o BC pode não subir a Selic com o dólar abaixo de R$ 5,40, mas elevaria 25 pontos-base caso a taxa fique entre R$ 5,40 e R$ 5,75, e 50 pontos se ultrapassar os R$ 5,75.
LEIA MAIS: FOCUS: Mercado eleva projeção do IPCA para 2021
Segundo os analistas, as chances de uma alta da taxa básica de juros para 2,5% no próximo mês subiram para 63%, ante 36% no mês anterior, apesar de “apenas uma mudança muito gradual de viés” por parte do BC.
O banco aponta que o Brasil tem desafios fiscais e monetários e que a principal incerteza permanece em torno do conteúdo de qualquer eventual reforma administrativa. Essa reforma será crítica para impulsionar um eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro, escrevem.
LEIA MAIS: Citi passa a ver alta da Selic em 2021 e alerta para teto de gastos
O relatório aponta ainda que as ações brasileiras têm sido procuradas por investidores que saem dos mercados de economias avançadas para os mercados emergentes e que, embora o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha prometido privatizações, o índice Ibovespa estagnou devido à falta de avanços significativos desde a aprovação da Reforma da Previdência em 2019.
Isso pode mudar, escrevem, se os novos líderes parlamentar optarem por colocar em votação a reforma administrativa nos próximos meses.