Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - Após a divulgação do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-BR) de agosto nesta segunda-feira (17), apresentando um recuo mensal de 1,13%, o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) disse em nota divulgada ao mercado que o indicador reforça a expectativa de uma desaceleração suave para o Brasil no segundo semestre.
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Segundo o BofA, o resultado ficou bem abaixo das expectativas do banco e do mercado, que eram de -0,50% e -0,30%, respectivamente. Para o Bank of America, “a desaceleração está aqui”. Com um primeiro semestre forte e uma surpresa positiva em julho, o índice de atividade econômica confirmou as expectativas de desaceleração para o segundo semestre do ano. De acordo com o banco, o resultado foi impulsionado principalmente pelos números negativos da produção industrial.
Já as vendas no varejo caíram 0,1% na comparação mensal em agosto, e a produção industrial caiu 0,6%. Na contrapartida, o BofA destaca que os serviços continuam sendo um destaque positivo, registrando um aumento de 0,7% na mesma comparação.
Perspectivas positivas permanecem
O BofA pondera que mesmo que os dados de agosto tenham sido uma surpresa negativa, a revisão de julho para 1,17% é positiva. Além disso, os efeitos do ciclo de aperto monetário do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foram mais sentidos em agosto, de acordo com o banco. Ainda assim, há uma pressão positiva do pagamento de auxílios sociais e da inflação mais baixa – o que pode ter influenciado no setor de serviços.
Mesmo diante do cenário externo desafiador, com inflação alta e juros crescentes, o banco mantém posicionamento positivo sobre o crescimento brasileiro no resto do ano, com manutenção da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,25% em 2022, acima do consenso, atualmente em 2,71%.
A desaceleração global pode prejudicar o crescimento brasileiro? Confira no vídeo: