Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O Bank of America (NYSE:BAC) reduziu seus prognósticos para a inflação brasileira neste ano e no próximo, em revisão divulgada após o IBGE informar mais cedo nesta terça-feira que o IPCA teve uma terceira deflação mensal seguida em setembro.
Agora, o credor norte-americano espera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) suba 5,30% em 2022, contra estimativa anterior de 5,90%. O teto da meta oficial de inflação deste ano é de 5%.
Para 2023, a projeção do BofA para a alta do IPCA foi cortada a 4,80%, ante 5,50%, aproximando-se do limite superior de 4,75% do objetivo de inflação oficial do ano que vem.
Nesta terça-feira, dados do IBGE mostraram que o IPCA recuou 0,29% em setembro, na terceira deflação seguida, em meio à queda nos custos de combustíveis e alimentos. O ritmo de recuo, entretanto, vem perdendo força depois de quedas de 0,68% em julho e 0,36% em agosto.
Mesmo assim, a inflação em 12 meses seguiu em um dígito ao desacelerar a 7,17%, de 8,73% em agosto.
O BofA atribuiu a redução em sua estimativa de inflação deste ano a uma desaceleração nos preços administrados e de serviços e a alívio nos custos das commodities.
Já para 2023, "quem vencer as eleições (presidenciais) deve manter a atual isenção de impostos federais, o que eliminaria o efeito 'rebote' que estávamos considerando em nossa previsão anterior", explicou o banco sobre a revisão para baixo na projeção de inflação.
Cortes nos preços de combustíveis e a lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo --patrocinada pelo governo neste ano eleitoral-- foram os principais responsáveis pelo recente alívio inflacionário doméstico, segundo especialistas.
(Por Luana Maria Benedito)