BRASÍLIA (Reuters) - O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira que o cenário de incerteza em relação ao ganhador do segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto pode impactar negativamente na geração de empregos formais no país este ano.
Pesquisas recentes têm apontado uma tendência de alta da intenção de votos no atual presidente, que diminuiu sua distância e encostou em seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), provocando um empate técnico no limite da margem de erro.
"Essa interrogação de quem pode ganhar, já que --apesar de eu não acreditar em pesquisas--, dizerem que está equilibrado, eu acho que vai se refletir em menor saldo positivo de carteira de trabalho no corrente ano, exatamente pela preocupação de quem vai sair vitorioso das urnas no próximo dia 30", disse Bolsonaro em entrevista a podcast do site O Antagonista.
Apesar da afirmação de Bolsonaro, o governo vem comemorando dados da economia, inclusive os índices de abertura de postos de trabalho, alimentando a expectativa de manutenção da tendência. Parte do setor empresarial, no entanto, tem segurado as contratações à espera de uma definição das eleições.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira mostrou que Lula manteve seus 49% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima, passando a 45%. Como a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais, a diferença entre os candidatos está no limite da margem de erro.
Considerados os votos válidos, que excluem os brancos, nulos e indecisos, Lula tem 52% contra 48% de Bolsonaro. Na pesquisa anterior, o placar estava em 53% a 47%. No primeiro turno, o petista terminou à frente com 48,43% dos votos válidos, contra 43,20% do presidente.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)