Por Michael S. Derby
NOVA YORK (Reuters) - A vice-chair do Federal Reserve, Lael Brainard, disse nesta sexta-feira que o banco central norte-americano precisará manter a taxa de juros alta por algum tempo como parte de seu esforço para reduzir os altos níveis de inflação, e deve evitar a redução prematura dos custos dos empréstimos.
"A política monetária está focada em restaurar a estabilidade de preços em um ambiente de inflação alta", disse Brainard em declaração preparada para um discurso em uma conferência em Nova York, que fez um balanço de como a estabilidade financeira está sendo afetada globalmente pelo esforço para conter a inflação.
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"Levará tempo para que o efeito total das condições financeiras mais apertadas" causadas pelos aumentos dos juros afete a economia e diminua as pressões sobre os preços, disse Brainard. À medida que isso acontece, "a política monetária precisará ser restritiva por algum tempo para ter confiança de que a inflação está voltando à meta. Por essas razões, estamos comprometidos em evitar recuar prematuramente".
A segunda principal autoridade na linha de comando do Fed observou que é muito cedo para declarar vitória sobre as pressões de preços. "A inflação está muito alta nos Estados Unidos e no exterior, e o risco de choques inflacionários adicionais não pode ser descartado", disse ela.
Brainard falou na sequência da reunião de política monetária do Fed da semana passada. No encontro, as autoridades aumentaram sua taxa básica em 75 pontos-base, para um intervalo entre 3,00% e 3,25%, como parte de sua campanha agressiva para reduzir os níveis mais altos de inflação em 40 anos nos EUA. As autoridades também indicaram mais elevações nos juros para o próximo ano.
Brainard observou que o ponto de destino dos aumentos dos juros do Fed não está claro neste momento.
"Atualmente, a incerteza é alta e há uma série de estimativas em torno do destino apropriado da margem (de juros) para o ciclo", disse Brainard. O Fed terá de sentir o caminho a seguir e ver como os aumentos dos juros agem na economia, e atuará "deliberadamente e de maneira dependente de dados" em seus passos futuros de política monetária.