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Brasil cresce e sai da recessão, mas investimentos ainda sofrem e dificultam recuperação consistente

Publicado 01.06.2017, 11:45
Atualizado 01.06.2017, 11:50
© Reuters. Caminhão carregado de cana-de-açúcar em fazenda de São Paulo

Por Patrícia Duarte e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO, 1 Jun (Reuters) - O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1 por cento no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores, resultado em linha ao esperado e com forte expansão do setor agropecuário, mas os investimentos continuam em queda.

Com isso, o país encerrou dois anos seguidos de recessão, a mais longa da história, mas especialistas já se adiantam ao afirmar que a atividade deve voltar a perder força daqui para frente diante, entre outros, do desemprego ainda elevado e a crise política que atinge o governo do presidente Michel Temer.

Sobre o primeiro trimestre de 2016, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, o PIB encolheu 0,4 por cento nos três primeiros meses deste ano. Veja tabela:) Pesquisa da Reuters apontava que a economia cresceria 1 por cento entre janeiro e março na comparação com o trimestre anterior, maior avanço desde o segundo trimestre de 2013 (+2,3 por cento), e mostraria queda de 0,5 por cento sobre o primeiro trimestre de 2016.

"O resultado de agora foi positivo porque interrompe oito trimestres de queda, mas precisa ser relativizado. A economia está rodando no patamar de 2010, período em que o país tinha recém-saído da crise (internacional)", disse a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Segundo o IBGE, a agropecuária saltou 13,4 por cento no trimestre passado, comparado com o período imediatamente anterior, por conta da supersafra, enquanto a indústria teve expansão de 0,9 por cento e os serviços ficaram estagnados.

Foi a primeira vez, segundo o IBGE, que os serviços --que têm peso de mais de 70 por cento no PIB-- apresentam desempenho inferior ao da indústria neste período recessivo.

Pela ótica das despesas, no entanto, o quadro foi mais negativo, com destaque para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que marcou a terceira contração seguida ao cair 1,6 por cento no período, enquanto o consumo das famílias e do governo recuaram 0,1 e 0,6 por cento, respectivamente. As exportações de bens e serviços, por outro lado, subiram 4,8 por cento.

Com isso, a taxa de investimento do país foi a 15,6 por cento do PIB agora, a menor para um primeiro trimestre desde 1996.

"A queda do investimento é uma notícia bastante negativa. Na nossa avaliação já haveria crescimento na margem agora", afirmou a sócia e economista da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, para quem o PIB deve recuar 0,2 por cento no segundo trimestre, fechando o ano com ligeira alta de 0,3 por cento.

O IBGE revisou ainda o resultado do PIB no quarto trimestre do ano passado, para queda de 0,5 por cento, sobre redução de 0,9 por cento antes. O instituto fez recentemente mudança de metodologia para mensurar os setores de serviços e varejo, cuja base de comparação passou a ser 2014, e não mais 2011.

Apesar da melhora no primeiro trimestre, especialistas acreditam que a economia deve voltar a perder força daqui para frente, ainda com o desemprego elevado e a crise política.

Temer é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, entre outros crimes, após delações de executivos do grupo J&F. Com isso, já há pedidos de impeachment contra ele no Congresso Nacional, aumentando os temores de que as reformas, sobretudo a da Previdência, não saiam do papel. O presidente enfrenta ainda processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

A aprovação dessas reformas é justamente apontada como fundamental para garantir recuperação consistente da economia, junto com a queda de juros básicos. Mas esta também foi afetada pela crise política.

Na véspera, o Banco Central manteve o passo e reduziu a Selic em 1 ponto percentual, a 10,25 por cento, apesar de o cenário de inflação dar suporte para movimentos mais ousados. E sinalizou que vai optar por reduções menores daqui para frente.

© Reuters. Caminhão carregado de cana-de-açúcar em fazenda de São Paulo

Pesquisa Focus do BC, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostra que as projeções para este ano são de que o PIB crescerá apenas 0,49 por cento, acelerando a 2,48 por cento em 2018.

(Reportagem adicional de Luiz Guilherme Gerbelli, em São Paulo)

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