BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil fechou 67.906 vagas formais de trabalho em dezembro, na menor perda para o mês desde 1995, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
Apesar do saldo negativo em dezembro, que obedece a efeito sazonal, no ano, marcado por grave crise econômica em meio à pandemia da Covid-19, houve criação líquida de 142.690 vagas --resultado de 15.166.221 admissões contra 15.023.531 desligamentos com ajustes até dezembro do ano passado.
Em 2020, o emprego formal teve um amparo do programa BEM, lançado pelo governo em meio à pandemia e que autorizou as empresas a suspenderem provisoriamente os contratos de trabalho ou reduzirem as jornadas e os salários dos empregadores, que receberam uma compensação parcial em pagamentos do governo.
No ano, foram fechados 20,1 milhões de acordos no BEM, contemplando cerca de 9,8 milhões de trabalhadores e 1,5 milhão de empresas, segundo o Ministério da Economia.
O setor de serviços, o mais prejudicado por medidas de distanciamento social adotadas na pandemia, foi o único que fechou vagas formais de emprego no ano passado no acumulado do ano (-132.584). A construção foi o setor campeão de criação líquida de vagas (+112.174), seguido da indústria (+95.588), agropecuária (+61.637) e comércio (+8.130).
O resultado de dezembro veio melhor do que as expectativas de analistas consultados pela Reuters, que previam o fechamento de 115 mil postos de trabalho formais no mês passado. O fechamento líquido de vagas no mês foi o mais baixo desde 1995 (-42.328) e ficou bem inferior ao registrado em dezembro de 2019 (-307.311 vagas).
Os dados do emprego com carteira assinada contrastam com os números do mercado de trabalho geral, incluindo os informais, que apontam para um desemprego historicamente elevado, de 14,1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgados nesta quinta.
(Por Isabel Versiani e Luana Maria Benedito)