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Brasil tem déficit primário de R$11 bi em maio, pior resulatdo em mais de 6 anos

Publicado 30.06.2014, 10:19

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - A fraca arrecadação vista em maio, afetada pela atividade econômica, fez o Brasil resgistrar em maio o pior resultado primário mensal em mais de seis anos, com déficit de 11,046 bilhões de reais, colocando o governo ainda mais distante da meta fiscal para o ano.

Com isso, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 1,52 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses até maio, informou o Banco Central nesta segunda-feira, abaixo da meta para 2014 de 1,9 por cento do PIB, o equivalente a 99 bilhões de reais.

O déficit primário foi pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana mostrava saldo negativo de 9,25 bilhões de reais no mês passado, e também o pior desde dezembro de 2008, quando o déficit foi de 20,952 bilhões de reais, no auge da crise internacional.

O BC informou ainda que o déficit nominal --receitas menos despesas, incluíndo pagamento de juros-- ficou em 32,444 bilhões de reais no mês passado, enquanto a dívida pública representou 34,6 por cento do PIB.

A economia cambaleante fez o governo adotar para este ano um alvo fiscal considerado mais realista para o setor público consolidado. O governo central (governo federal, BC e Previdência) foi o grande responsável pelo mau desempenho de maio, com déficit primário de 11,073 bilhões de reais.

No mês passado, a coleta de impostos e tributos caiu 6 por cento na comparação anual, o que levou a Receita Federal a piorar a projeção para o ano. Analistas dizem que a área econômica terá de correr atrás de receita extraordinária para fechar as contas de 2014, mantendo agentes econômicos ainda céticos sobre a capacidade de o governo controlar as contas públicas.

O BC informou ainda que, em maio, os governos regionais (Estados e municípios) tiveram superávit primário de 12 milhões de reais, emquanto que as estatais, de 15 milhões de reais.

(Por Patrícia Duarte; Reportagem adicional de Silvio Cascione e Alonso Soto, em Brasília)

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