Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego do Brasil caiu no trimestre até junho pela terceira vez seguida e chegou ao menor nível do ano com aumento da ocupação e queda da desocupação, em meio à lenta recuperação do mercado de trabalho.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quarta-feira que a taxa de desemprego atingiu 12,0% nos três meses até junho, de 12,7% no primeiro trimestre e 12,4% no mesmo período de 2018.
Foi a terceira queda seguida na taxa, depois de ter recuado a 12,3% no trimestre encerrado em maio, e iguala os 12% registrados nos três meses até janeiro. Para segundos trimestres, é o melhor resultado de 2016 (11,3%).
"Acho que temos um movimento importante no mercado de trabalho no segundo trimestre. Houve uma melhora em diversas variáveis e acho que estamos partindo para o rumo certo, temos um diferencial agora", avaliou o diretor-adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
"Podemos dizer que um primeiro passo foi dado, mas falar em virada ainda é forçar a barra. O ambiente econômico pode ter favorecido, a reforma da Previdência pode ter dado mais confiança e segurança entre os empreendedores", disse.
A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 12,0% por cento no período.
No segundo trimestre, o Brasil tinha 12,766 milhões de desempregados, contra 13,387 milhões nos três primeiros meses de 2019 e 12,923 milhões no mesmo período do ano passado.
Já o total de pessoas ocupadas entre abril e junho chegou a 93,342 milhões, de 91,863 milhões no primeiro trimestre e 90,941 milhões no mesmo período do ano passado.
Ainda assim, o contingente de desalentados, ou a quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga, subiu a 4,877 milhões, de 4,843 milhões no primeiro trimestre.
O emprego aumentou no setor privado tanto com quanto sem carteira assinada. No trimestre até junho, 33,213 milhões de pessoas tinham emprego com carteira assinada, um aumento de 294 mil vagas sobre o primeiro trimestre.
Entretanto, o total de pessoas sem carteira assinada subiu, a 11,5 milhões no período, de 11,124 milhões entre janeiro e março.
"Foi a primeira alta expressiva na carteira assinada em cinco anos e isso mostra uma diferença no mercado de trabalho. A informalidade cresce junto mas dessa vez houve aumento também na formalização", completou Azeredo.
O rendimento médio do trabalhador foi a 2,290 reais no período, de 2.321 nos três meses até março e 2.295 reais no mesmo período de 2018.
Em junho, o Brasil registrou criação líquida de 48.436 vagas formais de emprego em junho, segundo o Ministério da Economia, no melhor dado para o mês desde 2013.