Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil chegou a 6,6% nos três meses até agosto, menor nível desde o final de 2014 e com novo recorde no número de pessoas ocupadas, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado é o mais baixo para trimestres encerrados em agosto na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua iniciada em 2012, segundo os dados do IBGE, e igualou a taxa registrada no trimestre até dezembro de 2014.
O número também ficou pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,7%.
Houve queda na comparação com a taxa de 7,1% no trimestre imediatamente anterior, até maio, e ante os 7,8% vistos no mesmo período do ano passado, chegando ao menor nível.
A taxa de desemprego no Brasil segue em patamares historicamente baixos neste ano diante de um mercado de trabalho aquecido, o que deve continuar sendo o cenário por algum tempo.
“A baixa desocupação reflete a expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, levando a taxa de desocupação para valores próximos ao de 2013, quando esse indicador estava em seu menor patamar”, disse a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.
Esse cenário, no entanto, aliado ao constante aumento da renda, para trazer preocupações com a inflação, principalmente com os preços ligados a serviços.
O Banco Central já ligou o sinal de alerta em relação à inflação, tendo elevado a taxa básica de juros Selic em 0,25 ponto percentual na semana passada, a 10,75% ao ano.
Nos três meses até agosto, o número de desempregados caiu 6,5% em relação ao trimestre até maio e recuou 13,4% ante o mesmo período de 2023, chegando a 7,281 milhões de pessoas, o menor número de pessoas procurando trabalho desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.
Já o total de ocupados aumentou 1,2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e cresceu 2,9% sobre os três meses até agosto do ano passado, com um contingente de 102,517 milhões, um recorde na série histórica do IBGE.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado tiveram alta de 0,8% sobre o trimestre até maio, a 38,642 milhões, enquanto os que não tinham carteira aumentaram 4,1%, atingindo 14,239 milhões, ambos recordes.
Nos três meses até agosto, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de 3.228 reais, de 3.209 reais no trimestre até maio e 3.073 reais no mesmo período do ano anterior.