(Reuters) - Os fatores desfavoráveis globais, que têm parcialmente impedido o banco central dos Estados Unidos de elevar os juros novamente, podem ter se dissipado, disse o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, nesta quinta-feira.
"Esses fatores parecem estar se dissipando durante o primeiro semestre de 2016", disse Bullard em discurso preparado em evento na Califórnia.
Ele acrescentou que o estresse financeiro tem diminuído de acordo com as recentes leituras e que os efeitos de um dólar mais forte também parecem ter se dissipado.
Autoridades do Fed projetaram em março duas elevações dos juros este ano, mas têm sido cautelosas em meio à desaceleração do crescimento global e de dados econômicos mistos dos EUA.
O crescimento fraco do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre parece contraditório com meses de fortes ganhos do emprego.
Bullard disse que o mercado de trabalho dos EUA "está, ou possivelmente está bem além, das concepções de pleno emprego", e destacou uma recente tendência de alta da inflação.
"Ainda assim, combinando dados reais do segundo semestre de 2015, do primeiro trimestre de 2016 e acompanhando as estimativas para o trimestre atual, a sugestão é de que os EUA estão crescendo abaixo da tendência de 2 por cento", completou ele.
Bullard disse que é difícil concluir quais previsões, do Fed ou dos mercados, para a trajetória de longo prazo da taxa de juros do banco central é mais precisa.
Operadores preveem o próximo aumento dos juros pelo Fed em dezembro, de acordo com análise do mercado futuro pelo CME Group.
O Fed elevou os juros pela primeira vez em uma década em dezembro, e se reúne novamente em 14 e 15 de junho.
(Por Lindsay Dunsmuir e Howard Schneider em Washington)