Por Howard Schneider
(Reuters) - Um mercado de ações que está atingindo níveis recordes em meio a uma pandemia pode parecer exagerado, mas o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse que Wall Street acertou, e espera que os Estados Unidos se saiam melhor do que muitas projeções antecipam à medida que empresas e famílias aprendem a controlar os riscos do coronavírus.
Embora a situação pareça caótica, com funcionários federais, estaduais e locais apresentando ideias divergentes sobre quais atividades são seguras e em que condições, Bullard disse que isso mostra uma adaptação em processo, o que permitirá ao país que ajuste seu comportamento e a atividade econômica dentro do que é possível em meio à ameaça "persistente" à saúde.
"Acho que Wall Street acertou diante da situação até agora", disse ele observando que empresas como o Wal-Mart, com o uso de máscaras obrigatório e outras regras, encontraram maneiras de manter suas operações, que outros estabelecimentos irão copiar.
Bullard disse que espera que a economia norte-americana recue 4% no ano, previsão substancialmente mais otimista do que a projeção mediana de contração de 6,5% feita pelos seus colegas em junho, e melhor do que a expectativa de economistas consultados pela Reuters em meados de julho. Eles esperam um impacto de 5,6% no PIB anual dos Estados Unidos, com um declínio anualizado catastrófico de 32,9% no período de abril a junho sendo compensado pelo que provavelmente serão números de crescimento igualmente descomunais no terceiro e quarto trimestres.
Bullard disse que o foco deve ser aguentar firme durante o próximo período, e reconheceu que os riscos são substanciais -- seja pelo comportamento do vírus à medida que o clima fica mais frio nos EUA durante a temporada da gripe convencional, seja pelo prejuízo econômico à medida que famílias desempregadas perdem benefícios do governo e seu poder de compra.
Bullard disse que se sente otimista em ambas as frentes.