Por William James
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, advertiu os eleitores no domingo que iriam enfrentar contas de supermercado mais caras se o país decidir deixar a União Europeia por meio de um referendo em 23 de junho, citando uma queda potencial no valor da libra esterlina.
Cameron está liderando a campanha para manter a Grã-Bretanha como membro da União Europeia, para o referendo de junho, cujo resultado terá consequências de longo alcance para a economia do país, para o seu papel no comércio mundial e seu status diplomático global.
"Estudos independentes mostram que a escolha pela saída atingiria o valor da libra, tornando as importações mais caras e elevando os preços no comércio", disse Cameron em um comunicado.
Seus comentários marcam uma mudança de tática da campanha pela permanência na UE: um impulso para tornar explícita a ligação entre os riscos macroeconômicos que têm dominado até o agora o debate sobre a saída (conhecida como "Brexit"), e seu potencial impacto na vida cotidiana dos britânicos.
"Isto não é sobre macroeconomia, isto é sobre a segurança econômica das famílias trabalhadoras da Grã-Bretanha", disse.
O alerta vem de uma análise do governo sobre o impacto de curto prazo que a saída britânica teria sobre os eleitores. O estudo considerou uma queda de 12 por cento no valor da libra esterlina, um valor baseado em avaliações de impacto externo, e previu o efeito sobre os preços depois de dois anos.
A análise aponta que os gastos semanais com comida e bebida de uma família média subiriam quase 3 por cento, ou 120 libras (174,06 dólares) por ano, e que os custos de vestuário e calçados aumentariam em 5 por cento, ou 100 libras por ano.
(Reportagem de William James)