O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta 6ª feira (1º.set.2023) que, apesar da trajetória de queda, a inflação ainda preocupa. Segundo ele, áreas como a crise
“A inflação cheia tem um índice melhor em quase todos os lugares. Na ponta, alguns lugares começaram a demonstrar piora. Um pouco é alimentos, mas vimos outros lugares. A batalha contra a inflação não está ganha (…) Estamos fazendo um voo suave, mas ainda não ganhamos“, disse.
Campos Neto citou a alta recente nos preços dos combustíveis como outro fator de impacto. Ele disse, porém, que é favorável ao aumento. Em agosto, a gasolina teve reajuste de 16,3% e o diesel, de 25,8%.
“A gente estava quase dentro do intervalo de confiança, mas com essa medida de reajuste de preços –que eu apoio porque é importante seguir os preços do mercado mesmo que a inflação subisse um pouco–, a batalha da inflação, se você não faz a última milha, ela volta mais alta e mais persistente“, disse, em referência à expressão “last mile“, ou “última milha“, que significa a etapa final de algum processo.
Campos Neto, porém, comemorou o que chamou de “amadurecimento” do controle inflacionário no país. “Quando a gente olha que o Brasil teve que enfrentar um ciclo de inflação global muito grande, e que teve que subir os juros reais muito menos que em outras crises, é sinal de amadurecimento o sistema de metas e mostra a importância do Banco Central independente“, disse.
Campos Neto também celebrou o crescimento de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) no 2º trimestre, divulgado nesta 6ª feira (1º.set) pelo IBGE. Uma das consequências é que as projeções de crescimento devem ser revisadas para cima, algo próximo a 3%.
Segundo Campos Neto, a alta do PIB é uma evidência do sucesso das reformas feitas ao longo dos últimos anos. “As diversas reformas que foram feitas com apoio do Congresso cumulativamente estão fazendo efeito. Estamos há 15 meses com surpresas positivas o tempo todo“, disse.
Campos Neto foi questionado sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disse que o presidente do BC não conversa com ele, e se conversa com alguém “deve ser com quem o indicou”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Campos Neto disse que não iria responder às menções e iria focar no trabalho à frente da autoridade monetária.