SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deve crescer 1,3% em agosto quando na comparação com o mesmo mês do ano passado, projetou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), à medida que o país gradualmente relaxa medidas de isolamento adotadas contra o coronavírus.
O melhor desempenho é esperado no Nordeste, onde a demanda para o próximo mês deve ser 2,5% superior à registrada em agosto de 2019. A previsão coincide com uma redução nos casos e mortes por coronavírus na região, segundo dados do Ministério da Saúde.
No Sudeste, que concentra o maior consumo e é o polo industrial do país, a carga deve fechar com aumento de 1,3% na comparação anual, segundo o boletim do ONS.
Também é esperado aumento na demanda no Sul, com alta de 0,9% ano a ano, enquanto o Norte seria única região com retração, de 0,2%.
Em abril, primeiro mês totalmente sob impactos da pandemia de Covid-19, a demanda por energia desabou 12%, conforme diversas empresas colocaram funcionários em trabalho remoto e indústrias reduziram atividades em meio à desaceleração da economia.
Em maio, houve queda de 10% na carga de energia, que representa soma do consumo com as perdas na rede.
Em junho, o desempenho foi melhor, mas ainda com recuo, de 3,4% na comparação anual.
O ONS não divulgou ainda o resultado da demanda por eletricidade em julho, quando havia expectativa de leve aumento, de 0,5% na comparação anual.
O órgão do setor de energia ainda projetou que as chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste, que concentram os principais reservatórios, devem ficar em 73% da média histórica em agosto.
No Sul, que atravessou uma seca desde meados do ano passado, mas teve melhoria nas últimas semanas, as precipitações devem ficar em torno de 70% da média, segundo o ONS.
(Por Luciano Costa)