O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta quinta-feira, 5, que sua avaliação é a de que o cenário indica que haverá um pouso suave da economia global, com uma desaceleração gradual do crescimento. "Um cenário de soft landing ganhou probabilidade. Então você vê desaceleração, mas uma desaceleração em forma organizada, você vê o mercado de trabalho reduzindo um pouco, mas com o Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano] também sugerindo que haverá um ciclo de baixa (dos juros)", disse, durante palestra, por videoconferência, no Global Emerging Markets One-on-One Conference, organizado pelo UBS/UBS BB (BVMF:BBAS3). Ainda sobre o cenário externo, o diretor enxerga que o quadro internacional está um pouco mais benigno após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de julho.
Na segunda-feira seguinte ao encontro, houve uma forte turbulência nos mercados mundiais, chamada de "segunda sangrenta". "Em algum sentido, eu acho que o cenário externo está um pouco mais benigno com esse pouso suave."
A política fiscal em muitos países, de acordo com ele, continua a ser uma questão. "Acho que esse é um aspecto que nós estamos enfatizando há algum tempo e é também relacionado a como vão ser as eleições nos EUA", considerou, acrescentando que estão no radar possibilidades de ainda mais gastos.
Guillen voltou a comentar que a inflação vem se comportando de forma muito heterogênea nos diversos países.
Ainda sobre o Fed, o diretor salientou que se saiu de uma visão de incertezas sobre o ciclo do BC norte-americano para uma de sobre como seriam os efeitos e a extensão desse ciclo.