XANGAI (Reuters) - O banco central da China cortou inesperadamente a taxa de recompra reversa em 20 pontos básicos nesta segunda-feira, a maior redução em quase cinco anos, com as autoridades ampliando as medidas para aliviar a pressão sobre uma economia prejudicada pela pandemia do coronavírus.
O Banco do Povo da China anunciou em seu site a redução da taxa de recompra reversa de 7 dias a 2,20%, de 2,40%, mas não deu motivo para a medida.
Ma Jun, assessor do banco central, disse à mídia estatal que a China ainda tem amplo espaço para ajustes da política monetária e que a decisão levou em consideração o retorno das empresas chinesas ao trabalho, a situação global do vírus e a deterioração no ambiente econômico externo.
Foi o terceiro corte na taxa de 7 dias desde novembro, e acontece no momento em que as infecções por coronavírus na China desaceleraram ante o pico de fevereiro. O país divulgou até agora 3.304 mortes e 81.470 infecções.
Em nota a clientes, a Capital Economics disse que "muito mais afrouxamento será necessário, especialmente no fronte fiscal, para ajudar a economia a retornar a sua tendência pré-vírus.
Autoridades globais adotaram medidas de estímulo sem precendentes, cortando juros com força e injetando trilhões de dólares para proteger suas economias em meio a isolamentos em muitos países para conter a pandemia.
Yan Se, economista-chefe do Founder Securities, disse que o corte da taxa representa o compromisso da China com uma promessa que fez durante reunião do G20 na semana passada para combater o coronavírus e estabilizar os mercados financeiros.
"A China era a única grande economia que ainda não havia implementado medidas de afrouxamento em larga escala", disse Yan.
(Reportagem de Winni Zhou, Lusha Zhang e Andrew Galbraith)