Por Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) - A Tunísia prendeu cerca de 100 supostos militantes islâmicos nos três últimos dias, alguns dos quais estariam preparando ataques, disseram autoridades nesta terça-feira, e publicou vídeos mostrando evidências de influência do Estado Islâmico em alguns dos detidos.
A Tunísia está promovendo uma campanha contra os grupos extremistas islâmicos que entraram no país durante a transição para a democracia após o levante popular de 2011 contra o autocrata Zine El-Abidine Ben Ali.
A informação sobre as prisões surgiu uma semana após quatro policiais tunisianos serem mortos por militantes na região central de Kasserine, perto da fronteira com a Argélia.
"Nos últimos três dias nós interceptamos operações terroristas e prendemos cerca de 100 jihadistas", disse Mohamed Ali Aouri, porta-voz do Ministério do Interior.
Arou disse que forças da segurança descobriram uma célula militante na cidade de Hammam Ghzaz que estava preparando explosivos para uso em ataques em prédios de segurança.
Um vídeo publicado pelo Ministério do Interior no Facebook mostrou que a célula tinha instruções para fazer explosivos e uma foto de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo militante Estado Islâmico, ativo na Síria e Iraque.
O Estado Islâmico já expandiu sua presença na Líbia, onde explorou a falta de lei e autoridade enquanto milícias rivais se enfrentam, e há temores de que o grupo esteja pensando em expandir suas atividades para o resto do norte africano.
A Tunísia tem sido a maior fonte de guerrilheiros islâmicos viajando para a Síria desde 2011. O número de tunisianos lutando na Síria foi estimado em 3.000. Algumas centenas voltaram pra casa, embora muitos tenham sido encontrados e presos.
Entre os grupos militantes islâmicos que surgiram após o levante de 2011 está o Ansar al-Sharia, que é listado como uma organização terrorista pelo governo dos Estados Unidos e por autoridades europeias.
A maior aglomeração de atividades militantes tem sido na área da montanha Chaambi, fronteira com a Argélia, onde guerrilheiros buscaram refúgio após escaparem de uma ofensiva do Exército francês no Mali no último ano. Desde então, a Tunísia enviou milhares de soldados para a área.