SÃO PAULO (Reuters) - A melhora das expectativas impulsionou a confiança da construção brasileira em outubro para o melhor nível desde o início de 2015, indicando retomada dos investimentos no setor, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança da Construção (ICST) brasileira teve alta de 0,5 ponto em outubro e foi a 78 pontos, a máxima desde fevereiro de 2015 (80,8 pontos).
"O aumento da confiança dos empresários do segmento reflete uma conjuntura mais favorável dada pela queda da inflação e da taxa de juros, que tem se traduzido no aumento dos lançamentos e das vendas nos últimos meses", explicou em nota a coordenadora de projetos da construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo.
A quinta alta consecutivo do índice fortalece a percepção de retomada dos investimentos, porém ela ressalta que o aumento da confiança ainda é baseado principalmente nas expectativas.
"Como o ciclo produtivo do setor é bastante longo, isto implica também um movimento mais demorado de recuperação", completou Ana Maria.
O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 1 ponto e foi a 90,2 pontos, atingindo o maior nível desde agosto de 2014 (90,4 pontos). Os dois quesitos que compõem esse subíndice avançaram, com destaque para o indicador que projeta a tendência para a demanda nos três meses seguintes.
Já o Índice da Situação Atual (ISA-CST) ficou estável em 66,2 pontos, com os indicadores situação dos negócios correntes e carteira de contratos tendo a mesma variação, porém um em queda e outro em alta.
Já o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor recuou 0,2 ponto percentual, chegando a 65,4 por cento.
Em nota separada, a FGV informou que o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) acelerou a alta em outubro a 0,19 por cento, contra 0,14 por cento em setembro.
A melhora do setor acompanha a alta da confiança em outras áreas da economia. Nesta semana a FGV informou que a prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) apontou melhora em outubro para o nível mais alto desde abril de 2014.
(Por Thaís Freitas)