Por Michael Nienaber
BERLIM (Reuters) - A confiança das empresas alemãs caiu mais que o esperado em fevereiro, mas seguiu em nível alto, mostrou uma pesquisa nesta quinta-feira, sugerindo que a maior economia da Europa está preparada para crescimento sólido no primeiro trimestre.
O instituto econômico Ifo, em Munique, disse que seu índice de clima de negócios, baseado em uma pesquisa mensal com cerca de 7 mil empresas, caiu para uma mínima de 5 meses de 115,4, ante 117,6 em janeiro. A leitura veio abaixo das expectativas de analistas ouvidos pela Reuters, de 117.
O chefe da Ifo, Clemens Fuest, disse que as empresas estão menos satisfeitas com o atual ambiente de negócios, mas o indicador ainda está no segundo nível mais alto desde 1991.
"Isso indica crescimento econômico de 0,7 por cento no primeiro trimestre", disse Fuest. A previsão representa um aumento ante os 0,6 por cento no último trimestre de 2017.
A queda refletiu principalmente a redução das expectativas para os próximos seis meses, com o respectivo subíndice caindo para o nível mais baixo desde abril do ano passado.
"O índice de clima de negócios da Ifo é um amortecedor claro. Aparentemente, a combinação de um euro mais forte e as taxas de aumento (juros) está causando grandes preocupações entre os principais executivos", disse Thomas Altmann, gerente do fundo QC Partners.
O Ifo mostrou que o principal declínio veio do setor industrial, onde o humor entre os entrevistados tinha atingido alta recorde no mês anterior. A confiança empresarial também se deteriorou no atacado, na construção e no varejo.
O economista do Ifo, Klaus Wohlrabe, disse que a queda no indicador não marcou o início de uma mudança fundamental para a economia alemã. Ele acrescentou que o acordo de coalizão alcançado pelos conservadores da chanceler Angela Merkel e os social-democratas de centro-esquerda não animou os empresários.
(Por Michael Nienaber)