Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do setor de serviços do Brasil teve uma leve queda em junho devido a piora na percepção da situação atual no setor, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
No mês, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 0,2 ponto, a 94,0 pontos, em sua terceira queda consecutiva após também recuar em maio e abril.
"O primeiro semestre se encerra com piora na confiança do setor de serviços. O resultado de junho reforça a percepção dos últimos meses de perda de fôlego do setor, dessa vez com resultados piores na situação presente", avaliou Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, em comunicado.
"O segundo semestre ainda é incerto quanto ao futuro dos negócios, que, apesar da melhora dos índices de expectativas, se mantém distante de um patamar de otimismo", acrescentou.
Segundo os dados da FGV, a queda no ICS foi influenciada pela piora na percepção sobre a situação presente no setor, medida pelo Índice de Situação Atual (ISA-S), que teve uma queda de 2,9 pontos, a 94,4 pontos.
O recuo no ISA-S se deu devido a uma queda nos dois indicadores que compõem o índice. O número sobre o volume de demanda atual caiu 3,1 pontos, a 94,6 pontos, enquanto o dado de situação atual dos negócios recuou 2,8 pontos, para 94,1 pontos.
Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-S) se recuperou de dois meses seguidos de queda, subindo 2,4 pontos, a 93,7 pontos.
Seus dois indicadores também tiveram alta. O número da demanda prevista para os próximos três meses cresceu 4,0 pontos, para 95,6 pontos, maior nível desde outubro de 2022, e o dado de tendência dos negócios nos próximos seis meses chegou a 91,9 pontos, em alta de 0,8 ponto.
"O cenário macroeconômico agora é de interrupção no ciclo de queda da taxa de juros, enquanto os resultados positivos no emprego e na renda, podem ser fatores importantes para retomar a recuperação da confiança do setor", disse Pacini.
Após sete cortes consecutivos na taxa Selic, agora em 10,5% ao ano, o Banco Central optou em sua última reunião de política monetária por interromper seu ciclo de afrouxamento monetário, apontando maiores incertezas nos cenários doméstico e externo.