SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do comércio no Brasil atingiu em outubro a máxima desde meados de 2014 em um ambiente de inflação e juros baixos, indicando recuperação do setor, de acordo com Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) do Brasil teve avanço de 3,3 pontos em outubro e chegou a 92,5 pontos, segunda alta seguida e o maior nível desde agosto de 2014 (92,7 pontos).
"A expressiva alta do ICOM nos últimos dois meses e o registro de seu maior nível desde 2014 reforçam a percepção de que o efeito da crise política de maio passou completamente", afirmou o coordenador da Sondagem do Comércio da FGV IBRE, Rodolpho Tobler.
Ele ressalta que a recuperação é influenciada pela inflação baixa e pela redução das taxas de juros, sendo que "o movimento sugere que o segmento segue em recuperação lenta", completou.
A melhora foi observada tanto na avaliação sobre a situação atual quanto das expectativas, com alta da confiança em 10 dos 13 segmentos pesquisados.
O Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 4,1 pontos, para 99,2 pontos, o maior nível desde março de 2014 (102,0 pontos). Já o Índice da Situação Atual (ISA-COM) teve alta de 2,3 pontos, chegando a 86,2 pontos, a máxima desde janeiro de 2015 (87,4 pontos).
Nesta semana, a FGV informou que a confiança do consumidor subiu pela segunda vez seguida e atingiu o melhor nível desde março de 2017, enquanto que a confiança da construção chegou ao melhor patamar desde o início de 2015.
Esses avanços ocorrem em um momento de queda de juros e inflação baixa. O Banco Central desacelerou o passo e reduziu na quarta-feira a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a 7,5 por cento ao ano, deixando a porta aberta para novos e menos intensos cortes à frente.
(Por Thaís Freitas)