Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do consumidor no Brasil registrou em outubro sua primeira queda desde abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, com as incertezas em relação à pandemia e a aproximação do fim dos programas de auxílio do governo afetando principalmente os consumidores de baixa renda.
O Índice de Confiança do Consumidor caiu 1,0 ponto em outubro, a 82,4 pontos, interrompendo uma tendência de recuperação iniciada em maio.
Segundo a FGV, houve uma queda significativa nas perspectivas dos consumidores para os próximos meses, com o Índice de Expectativas (IE) recuando 1,3 ponto, a 90,2 pontos.
Além disso, o indicador que mede o otimismo em relação à situação econômica foi o que mais contribuiu para a queda do índice geral em outubro, com recuo de 2,0 pontos, a 110,6 pontos.
O Índice de Situação Atual (ISA) teve perda de 0,2 ponto, a 72,4 pontos.
"Há ainda bastante incerteza com relação à pandemia e com o ritmo de retomada econômica, já considerando a transição para o período posterior ao de vigência dos programas de manutenção do emprego e renda", escreveu Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
"Diante deste cenário, os consumidores de menor renda, mais vulneráveis, continuam menos confiantes que os demais", completou, embora tenha citado retrocesso na confiança em todas as faixas de renda.
O programa de auxílio do governo, com pagamentos mensais a famílias de baixa renda, estão previsto para terminar em dezembro. O governo do presidente Jair Bolsonaro ainda não conseguiu avançar com sua proposta de um novo programa de assistência social, batizado de Renda Cidadã, uma vez que o Orçamento apertado para 2021 dificulta o financiamento do pacote sem desrespeito ao teto de gastos.