Por Andreas Rinke e Thomas Escritt
HEIDELBERG, Alemanha (Reuters) - O líder dos conservadores da Alemanha prometeu banir um grupo de extrema-direita do seu partido e enfrentar a Alternativa para a Alemanha, inclusive no tema da imigração, em meio a críticas de que ele se aproximou demais das políticas do partido de extrema-direita, que cresce nas pesquisas.
Friedrich Merz falou no congresso do seu partido de oposição União Democrática Cristã (CDU) após a revelação de que membros do grupo União de Valores, de extrema-direita, discutiram ano passado planos para deportar cidadãos "não assimilados" em um retiro com influenciadores de extrema-direita e políticos da Alternativa para a Alemanha (AfD).
Inflação, choque econômico causado pela invasão da Rússia à Ucrânia e o fardo colocado nos serviços públicos pela alta imigração contribuíram para um clima mal-humorado na Alemanha que está punindo todos os partidos tradicionais.
"No próximo congresso do partido, apresentarei uma moção para tornar a adesão da União de Valores incompatível com a adesão do CDU", disse Metz neste sábado, em seus primeiros comentários sobre a reunião de novembro, em uma vila nos arredores de Berlim.
Após um período em que o CDU era uma das vozes mais agressivas sobre imigração na política alemã, Merz usou uma entrevista coletiva para enfatizar a distância do seu partido nessa questão -- e em outras -- em relação à AfD.
O CDU está com 30% das intenções de voto segundo as pesquisas -- um patamar historicamente baixo para o partido -- e cerca de duas vezes do patamar dos Sociais-Democratas do chanceler Olaf Scholz e dos seus parceiros de coalizão do Partido Verde. A AfD está no retrovisor de Merz, com 24% de apoio.
(Reportagem de Andreas Rinke)