⛔ Pare de adivinhar ⛔ Use nosso filtro de ações gratuito e ache pechinchas do mercadoTeste Grátis

Consumo e ascensão social na África atraem exportadores brasileiros

Publicado 25.08.2014, 18:03
Consumo e ascensão social na África atraem exportadores brasileiros

Pablo Giuliano.

São Paulo, 25 ago (EFE).- O governo e os empresários brasileiros acreditam que o recente modelo de consumo em massa, ascensão social e inclusão econômica do país será reproduzido na África na próxima década e esperam aumentar seus investimentos e exportações para o continente.

"A África é a nova fronteira do mundo em desenvolvimento", declarou nesta segunda-feira Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que pediu que o governo elaborasse uma estratégia de longo prazo para aumentar as exportações a países africanos.

Durante um seminário sobre negócios entre Brasil e África organizado pela CNI em São Paulo, vários cenários promissores foram traçados sobre as oportunidades de negócios no continente.

"A África está vivendo uma segunda onda de consumo. Jovens migrando do campo para as cidades, uma ebulição urbana. Vemos que pode acontecer o mesmo que no Brasil, daqui 10 ou 15 anos, com a ascensão social", avaliou, por sua vez, Ana Paula Repezza, gerente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

O comércio entre Brasil e África avançou mais de 400% na última década, mas o crescimento médio das vendas do Brasil para a África ficou abaixo de seus principais concorrentes, de acordo com um relatório do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo dados da CNI, entre 2010 e 2013 o crescimento das exportações brasileiras para 54 países africanos foi de 6%, contra 9,16% da União Europeia, 11,85% do México, 13,41% da China e 22,28% da Índia.

"O Brasil carece de uma estratégia de longo prazo para competir com outros países na África. Mas está claro que a África quer uma estratégia com o Brasil, com grande potencial de que se repita nos países africanos aquilo que deu certo no Brasil", opinou Abijaodi.

O diretor da CNI se referiu assim à política de cooperação iniciada em 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em termos de agricultura e capacitação das escolas industriais montadas para trabalhadores africanos pelas construtoras brasileiras.

"É uma política não colonialista", concordaram os dirigentes da CNI e da Apex-Brasil.

Casos de sucesso como o da mineradora Vale, cujo maior plano global é uma mina de carvão em Moçambique, ou da fabricante de ônibus Marcopolo, instalada no Egito, foram citados no seminário.

Para o sul-africano Michael Lalor, diretor para a África da empresa de consultoria Ernst&Young, até 2007, 25% dos principais investimentos estrangeiros no continente estavam focados nas matérias-primas.

"O foco em 2013 é tecnologia, serviços financeiros e consumo, com a maioria dos jovens migrando do campo para as cidades", comentou Lalor.

Além disso, o sul-africano foi pontual ao indicar a capital de Angola, Luanda, como o grande centro de negócios da África Subsaariana. "Parece ser o que era Dubai há várias décadas", comentou.

Os especialistas acreditam que o crescimento no continente africano nos próximos seis anos será de aproximadamente 10%.

O professor da Universidade de Brasília (UnB) Jorge Arbache, especialista em África, afirmou que a grande aposta das empresas é a capacitação, mas que também querem adaptar sua mentalidade para o "modelo de negócios local".

Além disso, ofereceu um dado para incentivar os investidores na indústria de alimentos: 60% dos terrenos não cultivados do mundo se encontram na África.

"É arriscado investir na África? Sim, mas é mais arriscado não estar presente na África", opinou.

Outro debate foi aberto por Pedro da Motta Veiga, do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), que destacou que o Brasil tem uma presença "desigual", se comparado à China, por conta do amplo financiamento que os chineses dedicam ao comércio.

Nesse sentido, Veiga se perguntou se será possível para o Brasil utilizar uma estratégia de financiamento para suas empresas multinacionais na África através do recém-criado Banco dos Brics.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.