Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A contração do setor de serviços do Brasil piorou com força em agosto uma vez que a entrada de novos trabalhos diminuiu de forma acentuada apesar da queda dos preços, apontou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada pelo Markit nesta segunda-feira.
Em agosto, o PMI de serviços brasileiro caiu a 42,7, frente a 45,6 em julho, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e indicando ritmo mais rápido de contração.
Segundo o Markit, cinco das seis categorias monitoradas registraram queda na atividade, sendo a mais forte em Hotéis e Restaurante. A exceção foi Intermediação Financeira.
A fragilidade das condições econômicas e a incerteza política pesaram sobre o setor e levaram à 18ª queda seguida no volume de novos negócios em agosto, o que se refletiu diretamente em perdas de empregos devido à redução de custos.
"A recessão no Brasil continua impactando profundamente o mercado de trabalho, com as empresas tentando enfrentar a situação cortando custos. Fortes contrações de emprego sugerem que as empresas estão preparadas para período prolongado de fraqueza", disse em nota a economista do Markit Pollyanna de Lima.
Em agosto os preços de insumos voltaram a subir, sobretudo mercadorias básicas e alimentos, mostrou o PMI. Ainda assim, as empresas baixaram os preços cobrados na tentativa de estimular a demanda diante da competitividade forte.
Nesse cenário, o nível de confiança caiu e ficou abaixo da média histórica. Ainda assim, as perspectivas de negócio daqui a um ano permaneceram positivas em agosto diante de expectativas de melhores condições econômicas e estabilidade política.
As condições do setor industrial também se deterioraram no mês passado e, com isso, o PMI Composto caiu para 44,4, frente a 46,4 em julho.