Por Sujata Rao
LONDRES (Reuters) - As exportações em queda estão aumentando as pressões sobre economias emergentes, colocando muitas delas sob risco de um ciclo de vários anos de comércio, investimento e crescimento econômico fracos.
De carros sul-coreanos ao cobre chileno, as exportações de mercados emergentes estão caindo na base anual no ritmo mais forte desde a crise de 2008-09, segundo relatório do UBS, enquanto potências asiáticas como a Coreia do Sul, Taiwan e Filipinas registraram entre cinco a seis meses consecutivos de redução nas vendas ao exterior.
Inicialmente atribuída a consumidores receosos no Ocidente e ao apetite reduzido da China por petróleo e cimento, a queda no comércio está cada vez mais vindo dos laços mais fracos entre mercados emergentes --o chamado comércio sul-sul avaliado pelas Nações Unidas em 5 trilhões de dólares em 2013.
Isso não é surpreendente --o UBS estima que o prêmio de crescimento de mercados emergentes ante países riscos está agora abaixo de 3 por cento, o mais estreito desde 1999. E conforme o consumo e o investimento caem em muitos países, suas importações também estão diminuindo.
"Qualquer país que esteja dependendo de exportações terá muita dificuldade", disse o vice-presidente de investimentos da Nikko Asset Management, Yu-Ming Wang.
"A capacidade do mundo de crescer está mais limitada agora. Na década passada, a China criou o equivalente à Alemanha, França e Itália, e o país não é capaz de fazer tudo isso novamente", disse Wang. A economia chinesa de 9 trilhões de dólares expandiu-se 10 vezes desde 2000.
Do mesmo modo como o crescimento da China desde a década de 1990 transformou vários países, sua mudança de marcha para um crescimento mais lento está impactando essas nações enquanto desaceleram, sejam exportadores de commodities da América Latina ou países asiáticos cujas fábricas fazem parte de sua cadeia de oferta global.