👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Credit Suisse aumenta a 9,75% estimativa para Selic em 2022 e vê processo "muito difícil" de desinflação

Publicado 17.09.2021, 16:27
© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília
25/08/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
CSGN
-

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - A taxa Selic deve chegar a 9,75% em 2022, projetou o Credit Suisse nesta sexta-feira, também elevando suas estimativas para a alta dos preços ao consumidor neste ano e no próximo e alertando para processo "muito difícil" de desinflação adiante.

O credor suíço espera que o Banco Central anuncie quatro altas consecutivas de 1 ponto percentual na taxa básica de juros e uma elevação final de 0,5 ponto ao longo das próximas reuniões de política monetária, de forma que a Selic encerre 2021 em 8,25% e 2022 em 9,75%.

Em agosto, o banco projetava taxa terminal de 8,25% tanto para 2021 quanto para 2022. Atualmente, a Selic está em 5,25% ao ano.

"Temos comentado sobre o quão desafiador tem sido o cenário inflacionário, mas ainda estamos surpresos com a forte aceleração da inflação" disse o Credit Suisse (SIX:CSGN) em relatório assinado por Solange Srour (economista-chefe do banco no Brasil) e Lucas Vilela (economista). "Acreditamos que a autoridade monetária precisará elevar ainda mais os juros básicos à medida que o ambiente inflacionário piora."

LEIA MAIS: Selic deve chegar a 10% em meio a pressões inflacionárias, projeta BNP Paribas; IPCA baterá 9% em 2021

Segundo o relatório, o índice de surpresa inflacionária do Credit Suisse para o Brasil atingiu uma nova máxima recorde em agosto, em alta de 5,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dados do IBGE divulgados na semana passada mostraram que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve em agosto a maior alta para o mês em 21 anos.

No ano de 2021 como um todo, o Credit Suisse revisou para cima sua estimativa para a alta do IPCA, a 8,5%, contra 8,1% anteriormente, citando preços mais altos de alimentos e gasolina, avanço na inflação industrial e ajustes mais elevados em serviços específicos.

Também houve acréscimo na previsão para o ano que vem, com o banco de investimento passando a projetar avanço de 5,2% do IPCA, ante taxa de 5,0% estimada anteriormente.

De acordo com o relatório, o processo de desinflação entre 2021 e 2022 implícito na expectativa média do mercado será "muito difícil" de alcançar, uma vez que requer possível combinação de juros reais bem mais altos, ampliação do hiato do produto e apreciação da taxa de câmbio --o que segundo o Credit não está na cartilha do mercado.

A última pesquisa semanal Focus do BC mostrou que os participantes do mercado esperam alta de 8,0% do IPCA neste ano e arrefecimento para 4,03% em 2022, decréscimo de cerca de 4 pontos percentuais na taxa de um ano para o outro.

VEJA TAMBÉM: Cenário econômico não deve ter melhora "considerável" até fim de 2022, avalia Rio Bravo

Com a disparada da inflação e expectativa de condições financeiras mais apertadas, o Credit Suisse piorou sua perspectiva para o crescimento econômico em 2022, esperando expansão de 1,1% do PIB. Anteriormente, o credor via crescimento de 1,5%.

"Os riscos permanecem inclinados para o lado negativo devido à crise hídrica em deterioração e possibilidade de escassez de energia", disseram Solange Srour e Lucas Vilela no documento, calculando que eventuais cortes compulsórios de 10% no consumo de energia poderiam reduzir o crescimento do PIB em 1,6 ponto percentual.

A projeção de alta do PIB neste ano permaneceu em 5,3%, segundo os economistas.

INCERTEZA POLÍTICO-FISCAL

© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília
25/08/2021
REUTERS/Amanda Perobelli

Somando-se à inflação bastante pressionada e aos riscos da crise hídrica, a incerteza político-fiscal também está no radar do Credit Suisse.

O banco chamou atenção para a salgada conta de precatórios para 2022 e disse que uma solução via Conselho Nacional de Justiça (CNJ) --que imporia limites ao crescimento dessa despesa nos moldes da regra do teto de gastos-- é "improvável" devido ao atual nível de tensão entre os Poderes.

Na semana passada, durante manifestações do 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro elevou os receios institucionais ao atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), embora já tenha moderado o tom desde então.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.