SÃO PAULO (Reuters) - O Credit Suisse (SIX:CSGN) elevou a 6,9% a estimativa para a inflação medida pelo IPCA em 2021, de 6,7% antes, como resultado de novo aumento nos preços de combustíveis pela Petrobras (SA:PETR4) e de expectativa de aumento nos preços dos alimentos devido a condições climáticas "ruins" no país.
A taxa de 6,9% se distancia ainda mais da meta de inflação (3,75%) e do teto da banda de tolerância (5,25%).
A Petrobras anunciou na segunda-feira elevação do preço médio do diesel em 3,7% e o da gasolina em 6,3%. No acumulado do ano, o diesel da Petrobras subiu cerca de 40%, enquanto a gasolina avançou 46%.
"Apesar do reajuste nos preços dos combustíveis, calculamos que os preços internos ainda estejam 11% abaixo da paridade internacional, o que representa um risco para nossa projeção de inflação no final do ano", disseram Solange Srour e Lucas Vilela em relatório.
Ao mesmo tempo, a seca e o frio recente em vários Estados do país têm gerado revisões para baixo em previsões de safra de algumas culturas (como milho) e constatação de perdas em outras (como café).
O Credit Suisse manteve para 2022 projeção de inflação para o IPCA em 4,5%, taxa que já implica descumprimento da meta do próximo ano (3,50%), cujo teto do intervalo de tolerância está em 5,00%.
Pela Focus, pesquisa divulgada pelo Banco Central com estimativas do mercado financeiro, o IPCA de 2021 deve ficar em 6,07%, caindo para 3,77% em 2022.
(Por José de Castro)