Por Matt Scuffham e Chris Prentice e Pete Schroeder
WASHINGTON (Reuters) - Está crescendo a pressão em Washington para que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) utilize seus poderes de emergência para emprestar diretamente às empresas afetadas pelo coronavírus, de acordo com quatro pessoas com conhecimento das discussões.
O Tesouro norte-americano, banqueiros seniores, a Câmara de Comércio dos EUA e alguns senadores seniores querem que a autoridade monetária torne mais amplo o uso dos seus poderes, sob a seção 13(3) da legislação do Fed psra fornecer crédito, diretamente, às empresas sob circunstâncias "incomuns e exigentes", disseram as fontes.
Na terça-feira, o Fed usou essa autoridade para retomar dois programas da era da crise financeira de 2008, destinados a aumentar a liquidez para as duas dúzias de bancos que negociam diretamente com o Fed e para desobstruir um mercado de financiamento de curto prazo essencial para as grandes corporações.
Mas esses programas não têm fundos diretamente para pequenas empresas, um elemento essencial da economia norte-americana. O fortalecimento desse setor é visto como crucial no momento em que as medidas tomadas para conter o surto de vírus começaram a forçar o fechamento de empresas, que vão desde lojas de conveniência e restaurantes até as boutiques de moda e spas de saúde.
Os formuladores de políticas monetárias estão lidando com questões sem precedentes, incluindo a quais tipos de setores o Fed poderia emprestar e a que taxa, quais garantias o Fed precisaria em troca, quais condições extras ele deveria impor aos empréstimos e como o Tesouro se protegeria do risco.
Qualquer plano desse tipo teria de ser aprovado pelo Tesouro, que também teria que garantir os empréstimos porque o Fed não está autorizado a assumir um risco de crédito tão grande. Ambas as fontes disseram que o Tesouro havia indicado disposição para fazer isso.
(Reportagem de Matt Scuffham e Chris Prentice e Pete Schroeder)