WASHINGTON (Reuters) - O crescimento do emprego dos Estados Unidos mostrou ritmo forte em novembro e os salários se recuperaram, indicando uma economia saudável que os analistas dizem que não requer o tipo de estímulo tributário que o presidente Donald Trump está propondo.
A criação de vagas, excluído setor agrícola, foi de 228 mil postos de trabalho no mês passado, com ampla contratação à medida que as distorções dos últimos furacões desapareceram, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam criação de 200 mil vagas no período.
Os dados de outubro foram revisados para baixo para mostrar a abertura de 244 mil empregos, ante os 261 mil relatadas anteriormente.
Os dados de outubro foram impulsionados pelo retorno ao mercado de trabalho de milhares de funcionários que foram temporariamente deslocados pelos furacões Harvey e Irma. O relatório de novembro foi a primeira leitura "limpa" desde as tempestades, que também impactaram os dados de emprego de setembro.
O rendimento médio por hora cresceu 0,2 por cento em novembro, após recuo de 0,1 por cento no mês anterior. Isso elevou o aumento anual de salários para 2,5 por cento, ante 2,3 por cento em outubro.
Os funcionários também trabalharam mais horas no mês passado. A semana média de trabalho subiu para 34,5 horas, ante 34,4 horas em outubro.
A taxa de desemprego manteve-se na mínima de 17 anos de 4,1 por cento, em meio ao aumento na força de trabalho.
Os dados enfatizaram a força da economia e podem alimentar a crítica aos esforços de Trump e seus colegas republicanos no Congresso para cortar a taxa de imposto de renda corporativo para 20 por cento, ante 35 por cento.
"O mercado de trabalho está em ótima forma. Os cortes de impostos devem ser usados quando a economia precisa, e ela não precisa agora", disse o economista-chefe da Naroff Economic Advisors, Joel Naroff.
Embora o relatório de emprego de novembro provavelmente terá pouco impacto sobre as expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, vai elevar os juros na próxima semana, os dados vão ajudar a moldar o debate sobre a política monetária no próximo ano.
O Fed já aumentou os juros duas vezes este ano e prevê três aumentos em 2018.
(Por Lucia Mutikani)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7509))
REUTERS TF PD