Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - O crescimento dos empregos nos Estados Unidos saltou em junho e a taxa de desemprego caiu para 6,1 por cento, perto de uma mínima em seis anos, na prática dissipando preocupações sobre a saúde da economia e destacando seu ímpeto conforme entra na segunda metade de 2014.
Foram criados 288 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Os dados para abril e para maio foram revisados para mostrar um total de 29 mil empregos a mais criados do que o relatado anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters haviam previsto um ganho de 212 mil empregos em junho. Essa foi a primeira vez desde o boom de tecnologia, no final da década de 1990, que a criação de emprego cresceu a um ritmo acima de 200 mil vagas por cinco meses consecutivos.
O relatório sobre empregos nesta quinta-feira soma-se a dados robustos de vendas de automóveis em junho e a números que mostram uma expansão firme na manufatura, sugerindo que uma queda na produção econômica no primeiro trimestre foi uma anomalia provocada pelo clima.
O Produto Interno Bruto (PIB) contraiu a uma taxa anual de 2,9 por cento no período de janeiro a março, causando uma forte redução de estimativas do crescimento dos EUA para este ano. O crescimento na segunda metade do ano está estimado em torno de 3,5 por cento.
Com novos pedidos por auxílio desemprego se mantendo a níveis menores e a parcela de empresas que não conseguem preencher vagas abertas aumentando, há pouca dúvida de que o mercado de trabalho está apertando.
A taxa de desemprego caiu 0,2 ponto percentual em junho, para o menor nível desde setembro de 2008, apesar do aumento da força de trabalho. A taxa de desemprego caiu de um pico de 10 por cento em outubro de 2009, puxada por ganhos em empregos e uma força de trabalho em contração.
A taxa de participação na força de trabalho, ou a parcela de norte-americanos em idade de trabalhar que estão empregados ou buscando um emprego, ficou estável em 62,8 por cento. A parcela de norte-americanos com emprego subiu para 59 por cento, nível mais alto desde agosto de 2009.
O tom de melhoria do mercado de trabalho será bem recebido pelo Federal Reserve e pode incentivar debates sobre o momento da primeira elevação dos juros pelo banco central dos EUA.
A maioria dos economistas não espera que o Fed eleve as taxas de juros antes da metade do ano que vem, mas com o mercado de trabalho se estreitando, isso pode mudar. Os ganhos de emprego em junho foram em todos os setores. Foram abertas 16 mil vagas no setor industrial, um crescimento pelo 11º mês consecutivo, enquanto que os empregos no setor de construção subiram pelo 6º mês seguido. O emprego no setor de serviços disparou em 236 mil, o maior crescimento desde outubro de 2012, enquanto que o governo abriu 26 mil vagas.