WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos cresceu mais rápido do que se pensava inicialmente no terceiro trimestre, mas o ímpeto parece ter arrefecido desde então, já que os custos mais altos dos empréstimos estão restringindo as contratações e os gastos.
O Produto Interno Bruto dos EUA aumentou a uma taxa anualizada de 5,2% no último trimestre, revisada para cima em relação ao ritmo de 4,9% informado anteriormente, disse o Departamento de Comércio em sua segunda estimativa do PIB do terceiro trimestre. Esse foi o ritmo de expansão mais rápido desde o quarto trimestre de 2021.
Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB seria revisado para cima, a uma taxa de 5,0%.
A economia cresceu a um ritmo de 2,1% no trimestre de abril a junho e está se expandindo a um ritmo bem acima do que as autoridades do Federal Reserve consideram como a taxa de crescimento não inflacionária de cerca de 1,8%.
A revisão para cima do crescimento no último trimestre refletiu melhorias no investimento empresarial, bem como nos gastos do governo estadual e local. O investimento residencial também foi revisado para cima, assim como o investimento em estoques privados.
No entanto, o crescimento dos gastos do consumidor, que responde por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, foi revisado para baixo, a uma taxa ainda sólida de 3,6%. Anteriormente, estimava-se uma taxa de 4,0%.
Os gastos dos consumidores parecem ter esfriado significativamente no início do quarto trimestre, com as vendas no varejo caindo pela primeira vez em sete meses em outubro. O mercado de trabalho também está arrefecendo, e o crescimento do emprego desacelerou no mês passado, com a taxa de desemprego subindo para 3,9%, máxima em quase dois anos.
A desaceleração da demanda aumentou o otimismo de que o Federal Reserve provavelmente não vai mais elevar as taxas de juros neste ciclo, com os mercados financeiros até mesmo prevendo um corte em meados de 2024.
Desde março de 2022, o banco central dos EUA aumentou sua taxa de juros de referência em 5,25 pontos percentuais, para a faixa atual de 5,25% a 5,50%.
(Por Lucia Mutikani)