Por Lindsay Dunsmuir
(Reuters) - A economia dos Estados Unidos criou muito mais empregos do que o esperado em maio e o crescimento anual dos salários voltou a acelerar, ressaltando a resiliência do mercado de trabalho e reduzindo a probabilidade de que o Federal Reserve possa iniciar cortes nos juros em setembro.
O relatório de emprego do Departamento do Trabalho também mostrou nesta sexta-feira que a taxa de desemprego subiu de 3,9% em abril para 4,0% em maio, atingindo um limiar simbólico abaixo do qual a taxa de desemprego havia se mantido por 27 meses consecutivos.
O relatório inesperadamente forte deixou claro que, embora o mercado de trabalho tenha se suavizado nos últimos meses, seu desempenho ainda sólido deixará o Fed sem pressa para decidir quando começar a reduzir os custos dos empréstimos.
Os mercados financeiros reduziram as chances de um corte na taxa de juros em setembro, com a probabilidade caindo para cerca de 55%, de 70% antes do relatório, com base em contratos futuros de juros.
"O Fed entenderá que isso significa que ele ainda pode se concentrar diretamente na inflação sem se preocupar muito com o crescimento", disse Brian Jacobsen, economista-chefe da Annex Wealth Management.
Foram abertas 272.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho. Revisões mostraram 15.000 empregos a menos aberto em março e abril combinados do que o informado anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters previam criação de 185.000 postos de trabalho, com as estimativas variando de 120.000 a 258.000.
O banco central dos EUA deve deixar sua taxa básica de juros inalterada na próxima semana na faixa atual de 5,25% a 5,50%, onde está desde julho passado.
A renda média por hora subiu 0,4% em maio, depois de alta de 0,2% em abril. Os salários aumentaram 4,1% nos 12 meses até maio, 4,0% no mês anterior.
Crescimento salarial em uma faixa de 3,0% a 3,5% é visto como consistente com a meta de inflação de 2% do Fed.
O banco central dos EUA está monitorando de perto as condições do mercado de trabalho e o crescimento econômico para garantir que não mantenha os juros muito altos por muito tempo e não esfrie demais a economia enquanto tenta fazer com que a inflação volte à sua meta de 2%.
A produção econômica geral no primeiro trimestre cresceu à taxa mais lenta em quase dois anos e, até o momento, os dados do trimestre atual têm sido mais fracos do que o esperado.
Dados do início desta semana mostraram que as vagas de emprego em aberto diminuíram em abril e o número de empregos disponíveis por candidato atingiu seu nível mais baixo desde junho de 2021.
(Reportagem adicional de Johann Cherian e Chuck Mikolajczak)