Por Tarek Amara e Angus McDowall
TÚNIS (Reuters) - O presidente da Tunísia, Kais Saied, disse nesta quarta-feira que dissolverá o Parlamento após este desafiá-lo com uma votação para revogar decretos que ele baixou para assumir quase o poder total.
Falando após uma sessão online com mais da metade dos parlamentares, a primeira desde que ele suspendeu a Câmara em julho, Saied os acusou de participar de um golpe fracassado e uma conspiração contra a segurança do Estado e ordenou investigações contra eles.
Tanto a sessão do Parlamento quanto a resposta de Saied intensificaram a crise política na Tunísia, embora não esteja claro se vão provocar alguma imediata em seu controle do poder.
Qualquer movimento para prender membros do Parlamento que participaram da sessão de quarta-feira representaria uma grande escalada no confronto entre Saied e seus opositores.
"Precisamos proteger o Estado da divisão... Não permitiremos que os agressores continuem sua agressão contra o Estado", disse Saied em um vídeo postado online.
Os opositores de Saied o acusam de golpe quando ele suspendeu a Câmara, ignorou a maior parte da Constituição de 2014 e passou a governar por decreto enquanto começava a refazer o sistema político.
"Não temos medo de defender uma instituição legítima", declarou Yamina Zoglami, membro moderado do Parlamento islâmico Ennahda. "O povo não deixou de ter confiança em nós. O presidente fechou o Parlamento com um tanque."