A agenda de indicadores movimentou a curva de juros nesta quarta-feira, inicialmente com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de agosto, pela manhã, e com dados fiscais e sinalização do Tesouro de conforto no gerenciamento da dívida, à tarde.
O dia começou pesado com o IPCA-15 de agosto a 0,89%, acima do consenso de 0,74%, e com leitura negativa dos preços de abertura, somado à informação apurada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) de que medidas de racionamento estudadas pelo governo podem elevar a bandeira vermelha para até R$ 20 a cada 100 kWh. A combinação explosiva para a inflação puxou de imediato principalmente as taxas curtas, fortalecendo a ideia de que o Copom pode ser mais agressivo no ciclo de aumento da Selic. Ao longo do dia, porém, a pressão perdeu bastante força, sob a percepção de que a inflação a ser afetada é a de 2021, dada como batalha perdida.
No fim do dia, as taxas curtas estavam em leve alta e as de prazo médio e intermediário em queda firme, refletindo a perspectiva de aperto na Selic nos próximos meses conjugada à melhora na percepção para as contas públicas trazida pelos números fortes da arrecadação de julho, mesmo diante do risco de racionamento de energia que ronda o País.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 passou de 8,43% para 8,45% e a do DI para janeiro de 2025, de 9,595% para 9,41%.
A indicação do Tesouro de que seu colchão de liquidez seguiu robusto mesmo com a piora das condições de mercado desde o mês passado também trouxe alívio. Com a ajuda ainda da manutenção do apetite pelo risco no exterior, a taxa do contrato de DI para janeiro de 2027, enfim, voltou a fechar em um dígito, o que não acontecia desde 13 de agosto (9,82%).
O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,79%, de 10,004% no ajuste anterior. A curva teve expressiva redução de inclinação, de 24 pontos-base, da terça para a quarta, considerando o diferencial entre os vértices de janeiro de 2023 e janeiro de 2027.