Washington, 7 mar (EFE).- O déficit comercial dos Estados Unidos cresceu 5% em janeiro e ficou em US$ 56,6 bilhões, o que marca o seu ponto mais alto em quase dez anos, informou nesta quarta-feira o Departamento de Comércio.
No primeiro mês do ano, as exportações caíram 1,3%, até os US$ 200,9 bilhões, enquanto as importações ficaram em um nível similar ao mês precedente, em US$ 275 bilhões.
O maior aumento nas importações de petróleo em três anos contrastou com a queda nos dados de importação de telefones celulares, chips de computador e outros bens relacionados ao consumidor, segundo o relatório publicado hoje.
Esse tipo de importação geralmente cai depois da temporada de compras natalinas.
O saldo comercial negativo foi um pouco acima do esperado pelos analistas, que antecipavam um déficit de cerca de US$ 55,2 bilhões após os números de dezembro, revisados para cima e que ficaram em US$ 53,9 bilhões.
O contínuo crescimento do déficit comercial no país, um dos maiores temores do presidente Donald Trump, sugere que sua política econômica protecionista baseada em nos "EUA primeiro" não está tendo o efeito esperado no balanço comercial.
Por sua vez, o déficit com a China e o México, dois dos países mais citados por Trump como beneficiados de uma "desastrosa" política comercial, também cresceu.
Por outro lado, as importações e exportações de aço dos EUA, epicentro de uma nova disputa comercial entre a Casa Branca e o resto do mundo, ficaram praticamente invariáveis.
Estes números chegam depois de Trump anunciar na semana passada que imporá fortes tarifas de caráter geral às importações de aço e alumínio para proteger os produtores dos EUA, embora nos últimos dias tenha aberto as portas para isenções ao México e o Canadá caso seja firmado o novo Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta).