Riad, 28 dez (EFE).- As autoridades da Arábia Saudita anunciaram nesta segunda-feira que o déficit do orçamento público no final de 2015 passou de 367 bilhões de riales sauditas (quase US$ 98 bilhões), um recorde para este reino petroleiro.
Em entrevista coletiva, o ministro saudita de Finanças, Ibrahim al Asaf, assinalou que o aumento da receita não petroleira, que teve alta de 29%, "moderou o efeito da queda dos preços do petróleo" sobre o país, o principal exportador de petróleo do mundo.
O gasto público foi este ano de 975 bilhões de riales (US$ 260 bilhões) e a receita de 608 bilhões de riales (US$ 162 bilhões).
O orçamento de 2016 tem déficit previsto de 326 bilhões de riales (US$ 87 bilhões), já que o gasto público diminuirá 135 bilhões de riales.
O déficit deste ano é o mais elevado desde 2009, quando foi de 87 bilhões de riales (pouco mais de US$ 23 bilhões) enquanto entre 2010 e 2014 o balanço de pagamentos foi positivo.
O rei da Arábia Saudita, Salman Bin Abdelaziz, garantiu, em discurso à nação, que a economia do país "dispõe dos meios e das possibilidades para enfrentar os desafios" futuros, principalmente diversificar as fontes de receita do Estado.
O rei pediu ao Ministério das Finanças que realize reformas estruturais para melhorar as finanças públicas, que adote projetos para o desenvolvimento econômico e que reduza a dependência do petróleo, como detalhou o departamento.
Além disso, o governo procurará em 2016 racionalizar as despesas da administração pública, principalmente os salários, que correspondem a mais da metade do orçamento, e revisar também as generosas subvenções à energia e à água.
O monarca ressaltou que o Estado não vai comprometer "os interesses do cidadão" nesta revisão e reestruturação do gasto público, mas que será necessário para equilibrar a balança financeira.
A Arábia Saudita manteve este ano um gasto público elevado apesar da queda do preço do barril de petróleo desde agosto de 2014.
O preço do petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em que se destaca a Arábia Saudita, atingiu seu valor mais baixo em uma década, pouco acima dos US$ 30 por barril.