SÃO PAULO (Reuters) - Os impactos negativos da pandemia de coronavírus sobre empresas do setor elétrico no Brasil podem variar de 10 bilhões de reais, caso a doença seja contida brevemente, a até mais de 25 bilhões de reais em um cenário mais crítico, projetou o sócio da consultoria Bain & Company, Antonio Farinha.
A estimativa de menor impacto se daria caso as medidas já adotadas para conter o avanço do vírus no país sejam suficientes, o que envolveria uma redução de até 8% no consumo de energia, disse o consultor, durante transmissão online nesta quarta-feira.
Já a visão pessimista tem como base um eventual fracasso das atuais políticas de contenção e a necessidade de novas medidas de isolamento, que levariam a demanda a cair entre 15% e 20%.
A projeção mais crítica também considera uma recuperação lenta do consumo após o fim da pandemia, com um período de três a quatro anos para que a carga de energia retome a normalidade.
Já um cenário intermediário projeta impactos de 15 bilhões a 22 bilhões de reais para as elétricas, com redução de 8% a 12% no consumo de energia.
Os índices de inadimplência no setor, por sua vez, teriam aumento de até 10% no cenário menos negativo e de até 15% na projeção intermediária, enquanto poderiam disparar até 20% de acordo com as estimativas mais pessimistas.
Para o presidente da Eletrobras (SA:ELET3), Wilson Ferreira Jr., o Brasil deve ficar em algum lugar entre as projeções de menor impacto da Bain & Company e o cenário intermediário da consultoria.
"Tem um efeito combinado de redução de consumo com inadimplência que pode dar esse valor de 10 bilhões a 11 bilhões, acho que até está mais para o lado de 15 bilhões. Estamos entre o cenário 1 e o cenário 2", disse o executivo, que participou da transmissão realizada pela consultoria.
(Por Luciano Costa)