Por Marco Aquino
(Reuters) - O desemprego na América Latina e no Caribe caiu em 2023 para seu nível mais baixo desde 2014, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta terça-feira, mas uma desaceleração econômica esperada em 2024 pode reverter os ganhos recentes pós-pandemia.
Em um novo relatório, a OIT prevê que o desemprego em 2023 será de 6,3%, abaixo dos 7,2% do ano passado e uma grande recuperação em relação à taxa de desemprego de 10,6% em 2020, quando os períodos de quarentena contra à Covid-19 deixaram milhões de pessoas sem trabalho.
A taxa de desemprego regional foi a mais baixa desde 2014, quando o desemprego estava em 6,0%, de acordo com relatórios anteriores da OIT.
A agência da ONU disse que a taxa média de desemprego nos três primeiros trimestres deste ano foi de 6,5%. "Ao incluir os efeitos sazonais do mercado de trabalho regional", a taxa de desemprego ao longo de 2023 é estimada em 6,3%, apontou a OIT.
Uma desaceleração econômica no próximo ano pode aumentar o desemprego, advertiu a agência, citando previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) da ONU, que preveem uma diminuição do crescimento.
A Cepal prevê que as economias da região crescerão apenas 1,9% no próximo ano, abaixo da previsão de crescimento de 2,2% para 2023.
"Isso marcaria um segundo ano consecutivo de atividade econômica lenta para a América Latina e o Caribe, o que se assemelharia à situação que a região experimentou nos anos anteriores à pandemia", afirmou relatório da OIT.
Nesse contexto, "é provável" que a taxa de desemprego regional para 2024 fique entre 6,5% e 6,8%, segundo o relatório.
Se essa desaceleração for acompanhada por uma inflação mais baixa, o crescimento do emprego ainda poderá continuar, disse a OIT, um cenário que favoreceria a criação de empregos informais sem os benefícios do emprego formal.