(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff atribuiu ao grande número de feriados durante a Copa do Mundo o desempenho da economia brasileira no segundo trimestre, que entrou em recessão técnica.
Dilma disse que o resultado do Produto Interno Bruto, que encolheu 0,6 por cento no segundo trimestre ante o trimestre anterior, é momentâneo e que neste semestre a situação será distinta. [[nL1N0QZ0VP]
"O próximo trimestre, o segundo semestre do ano, nós teremos uma grande recuperação, o Brasil hoje tem todas as condições para conseguirmos uma grande retomada, nós estamos criando essas condições", disse a presidente, que concorre a reeleição pelo PT.
Dilma também apontou a influência do cenário econômico internacional no resultado. "Os únicos países que se saíram bem no segundo trimestre no mundo foram China, Estados Unidos e Reino Unido", afirmou a petista.
"Nos demais países houve uma redução drástica dos crescimentos, inclusive na América Latina, um dos motivos é a queda do preço das commodities", disse a presidente Dilma a jornalistas, após uma visita ao Campus de Manufatura e Tecnologia do Senai/Cimatec em Salvador.
"Acredito que é uma situação momentânea", acrescentou.
A presidente Dilma defendeu a redução da burocracia e uma reforma na estrutura de atuação do Estado para reduzir os custos e tornar o país mais competitivo.
"Por isso que nós viemos, apesar de algumas críticas, perseguindo sistematicamente a redução de impostos, nós reduzimos impostos sobre a cesta básica e sobre a folha de pagamento das empresas", disse a presidente.
E voltou a insistir na necessidade do país fazer uma profunda reforma política.
"Por mais bem intencionado que seja, ninguém consegue mudar as regras do jogo político se não tiver uma reforma política profunda que preserve a ética, que garanta a transparência, que garanta melhor gestão dos recursos públicos, mas que também discuta como é o financiamento das campanhas."
MATRIZ ENERGÉTICA
A candidata à reeleição ainda falou sobre as alternativas possíveis na matriz energética brasileira para os próximos anos, ressaltando que o Brasil precisa aproveitar seu potencial hidrelétrico por completo.
"No Brasil quem não investir em energia hidrelétrica está alienando uma das fontes de competitividade do país."
"Não existe a hipótese de um país que precisa de 70 mil megawatts de energia nos próximos 20 anos, fornecer isso com energia solar e eólica, isso é uma fantasia", afirmou a presidente, em aparente crítica à candidata do PSB, Marina Silva, que defende a ampliação do uso de energias renováveis, estudos ambientais para a construção de hidrelétricas e redução do uso de combustíveis fósseis.
"Eu não sei se é desconhecimento da realidade supor que haja hoje entre várias fontes alternativas alguma para substituir o petróleo no campo da matriz de combustíveis, que é aquela que move o transporte", disse a presidente.
(Por Maria Pia Palermo e Pedro Belo; Edição de Alexandre Caverni e Raquel Stenzel)