Por Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública federal subiu 17,9% em 2020 em relação ao ano anterior, para 5,010 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira.
Em valores absolutos, o crescimento no ano passado foi de 760,7 bilhões de reais. Com isso, o estoque ficou acima do intervalo de 4,6 trilhões a 4,9 trilhões de reais estabelecido como meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro para 2020.
Apenas em dezembro sobre novembro, a dívida pública federal aumentou 4,63%. Na mesma base de comparação, a dívida interna subiu 4,67% em dezembro, somando 4,766 trilhões de reais.
A participação dos papéis prefixados e dos títulos atrelados à Selic também ficou fora do que havia sido estabelecido como metas pelo Tesouro em setembro do ano passado, quando o PAF foi revisado em meio à crise gerada pela pandemia do coronavírus.
Os prefixados viram sua representatividade aumentar a 34,8% do total no ano, frente a 31% em dezembro do ano anterior, e um pouco acima da meta de 30% a 34% para o ano.
Os papéis atrelados à Selic, por sua vez, passaram de 38,9% no final de 2019 para 34,8%, abaixo da meta de 36% a 40%.
Os títulos indexados à inflação fecharam 2020 em 25,3% da dívida, abaixo do patamar de 26% registrado um ano antes, sendo que a referência para o ano era de 23% a 27%
Já os títulos remunerados pelo câmbio tiveram participação de 5,1% da dívida total, ante 4,1% em dezembro de 2019, mas também dentro da faixa de 3,0% a 7,0% fixada como meta.
A participação dos investidores estrangeiros em títulos da dívida interna fechou 2020 em 9,2%, ante 10,4% no último mês de 2019.
(Com reportagem de Gabriel Ponte)