BRASÍLIA (Reuters) -A dívida pública federal do Brasil cresceu 0,05% em janeiro sobre dezembro, para 5,616 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira, ressaltando que o mês foi marcado pelo aumento da aversão global ao risco.
No primeiro mês do ano, em que há concentração de vencimentos da dívida, os resgates de títulos no mercado interno superaram as novas emissões, mas ainda assim a dívida mobiliária federal interna avançou --com alta de 0,33%, para 5,367 trilhões de reais-- por causa da apropriação de juros.
Já dívida pública externa teve redução, de 5,77%, a 249,4 bilhões de reais.
A alta da dívida interna foi acompanhada por novo aumento do custo médio das emissões feitas em leilões no mercado doméstico acumulado em 12 meses, que passou de 8,49% em dezembro para 8,90% em janeiro --maior patamar desde fevereiro de 2018.
O movimento, segundo o Tesouro, reflete a elevação da taxa Selic ao longo do último ano, além de mudanças nas expectativas para os juros de longo prazo e a própria alta da inflação, já que uma parcela da dívida é atrelada a índices de preços. Com o novo patamar de juros, a tendência é que o custo siga em alta.
A participação dos títulos prefixados da dívida total recuou para 26,89% no mês (de 28,90% em dezembro), enquanto a parcela atrelada à Selic aumentou para 38,43% (36,83% em dezembro).
Em relação aos detentores dos títulos públicos federais, o destaque foi o aumento da participação de fundos de investimento na dívida interna --de 23,97% para 24,30%.
As instituições financeiras tiveram um recuo na participação --de 29,45% para 28,76%--, mas seguem detendo o maior bolo da dívida. A parcela detida por não residentes ficou praticamente estável em 10,53% (10,56% em dezembro).
(Por Isabel Versiani; edição de Camila Moreira e José de Castro)