O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta 6ª feira (1º.set.2023) que o debate político sobre juros “é normal”. O economista falou sobre o assunto ao responder a um questionamento sobre o tema durante o evento “Expert XP (BVMF:XPBR31) 2023”.
“Acho que seria ingênuo a gente achar que não haveria debate político sobre o tema. Isso existe nos EUA e em outros lugares”, declarou.
Galípolo também disse que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e outros diretores da autarquia consideram “absolutamente salutar” declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a taxa básica de juros. O chefe do Executivo já fez diversas críticas sobre o patamar da Selic, hoje em 13,25% ao ano.
Na visão do ex-secretário-executivo da Fazenda, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) tem despertado muita discussão na sociedade. “Brinquei outro dia numa reunião que a ata do Copom virou escalação da seleção brasileira”, afirmou.
O documento é divulgado na semana seguinte à reunião do colegiado do BC, detalhando pontos sobre a política monetária e a Selic.
Galípolo também afirmou que a 1ª reunião do Copom com sua participação e do diretor de Fiscalização, Ailton Aquino, ambos indicados por Lula, “foi um teste importante que passou bem e deu tranquilidade para o mercado”.
“Estávamos falando de um Banco Central autônomo, de uma transição e de um governo que está chegando. […] A cada troca, é natural que o mercado queira observar”, acrescentou.
O diretor de Política Monetária também falou sobre perseguir a meta de inflação, estimada em 3,25% para 2023, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Política econômica
Para Galípolo, o Brasil “se apresenta como um país com vantagens econômicas”. Mencionou a “inflação” e o “manejo da questão ecológica”.
De acordo com ele, o país “vem caminhando” de forma positiva quanto à política econômica. “O mercado está premiando o Brasil? O mercado vem premiando eventos que vem acontecendo. Vitórias da sociedade brasileira como um todo”, completou.